sexta-feira, 27 de junho de 2014

Para Refletir!

Na antiguidade buscava-se a perfeição, pois o homem era visto como um ser perfeito que precisava de padrões ideais. Estava muito enraizada a concepção sobre a necessidade de se enquadrar nos padrões de “perfeição corporal” para ser considerado humano.
A princípio, pessoas com algum tipo de deficiência eram excluídas pelas sociedades do mundo todo.
Juntamente a essas idéias estavam o pensamento sobre a educação dessas pessoas que tinham seus direitos à instrução negados, através de políticas e práticas educacionais delineadas pela ordem social.
Mas, com o tempo, foi-se verificando aos poucos que existiam diferenças e deficiências, assim alguns estudiosos resolveram buscar alternativas para adequá-los à sociedade. Do mesmo modo foi-se verificando que essas pessoas “diferentes” também mereciam respeito e tinham direito a garantias como os demais, devendo a sociedade buscar meios de integrá-los. Com isso, no final desse período, surgem ações no sentido de integrar essas pessoas à sociedade através de uma educação própria para elas. E, ao longo dos anos, apesar do preconceito, houveram pessoas que se propuseram a buscar métodos de ensino mais adequados.
E foi nesse contexto que também surgiu o processo de Inclusão Escolar ou Educação Inclusiva, colocando em destaque o direito de igualdade de educação para alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE).
O AEE (que deve estar em parceria com a escola regular) surge justamente com a concepção de considerar as especificidades de cada um para eliminar as barreiras, garantindo a autonomia, a independência e a ampla participação dos alunos na escola e no meio social.
É como bem escreve o autor Italo Calvino em seu texto “O modelo dos modelos”:
“[...] foi aos poucos se modificando: agora já desejava uma grande variedade de modelos, se possível transformáveis uns nos outros segundo um procedimento combinatório, para encontrar aquele que se adaptasse melhor a uma realidade que por sua vez fosse feita de tantas realidades distintas, no tempo e no espaço. [...] eis que ele se depara face a face com a realidade mal padronizável e não homogeneizável, formulando os seus ‘sins’, os seus ‘nãos’, os seus ‘mas’.”
Houve avanços, no sentido de que se passou a verificar que as diferenças fazem parte também do mundo humano e que há a necessidade de incluí-los e fazer com que se sintam também parte desse todo, que não precisa ser homogêneo. Percebeu-se que é preciso conhecer com mais afinco as partes desse todo, pois não há um todo sem suas partes.
Porque é justamente as partes heterogêneas que trazem o desafio para transformá-las em um todo mais completo, mais justo e mais humano. E Isso não se consegue transformando os diferentes em iguais, mas respeitando as diferenças.  Pois afinal, quem é igual?

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