Na antiguidade buscava-se a
perfeição, pois o homem era visto como um ser perfeito que precisava de padrões
ideais. Estava muito enraizada a concepção sobre a necessidade de se enquadrar
nos padrões de “perfeição corporal” para ser considerado humano.
A princípio, pessoas com
algum tipo de deficiência eram excluídas pelas sociedades do mundo todo.
Juntamente a essas idéias
estavam o pensamento sobre a educação dessas pessoas que tinham seus direitos à
instrução negados, através de políticas e práticas educacionais delineadas pela
ordem social.
Mas, com o tempo, foi-se
verificando aos poucos que existiam diferenças e deficiências, assim alguns
estudiosos resolveram buscar alternativas para adequá-los à sociedade. Do mesmo
modo foi-se verificando que essas pessoas “diferentes” também mereciam respeito
e tinham direito a garantias como os demais, devendo a sociedade buscar meios
de integrá-los. Com isso, no final desse período, surgem ações no sentido de
integrar essas pessoas à sociedade através de uma educação própria para elas. E,
ao longo dos anos, apesar do preconceito, houveram pessoas que se propuseram a
buscar métodos de ensino mais adequados.
E foi nesse contexto que
também surgiu o processo de Inclusão Escolar ou Educação Inclusiva, colocando
em destaque o direito de igualdade de educação para alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas
classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado
(AEE).
O AEE (que deve estar em parceria
com a escola regular) surge justamente com a concepção de considerar as
especificidades de cada um para eliminar as barreiras, garantindo a autonomia, a
independência e a ampla participação dos alunos na escola e no meio social.
É como bem escreve o autor
Italo Calvino em seu texto “O modelo dos modelos”:
“[...] foi aos poucos
se modificando: agora já desejava uma grande variedade de modelos, se possível
transformáveis uns nos outros segundo um procedimento combinatório, para
encontrar aquele que se adaptasse melhor a uma realidade que por sua vez fosse
feita de tantas realidades distintas, no tempo e no espaço. [...] eis que ele
se depara face a face com a realidade mal padronizável e não homogeneizável,
formulando os seus ‘sins’, os seus ‘nãos’, os seus ‘mas’.”
Houve avanços, no sentido de
que se passou a verificar que as diferenças fazem parte também do mundo humano
e que há a necessidade de incluí-los e fazer com que se sintam também parte
desse todo, que não precisa ser homogêneo. Percebeu-se que é preciso conhecer
com mais afinco as partes desse todo, pois não há um todo sem suas partes.
Porque é justamente as
partes heterogêneas que trazem o desafio para transformá-las em um todo mais
completo, mais justo e mais humano. E Isso não se consegue transformando os
diferentes em iguais, mas respeitando as diferenças. Pois afinal, quem é igual?
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