domingo, 20 de abril de 2014

SURDOCEGUEIRA e DMU


“O termo deficiência múltipla tem sido utilizado, com freqüência, para caracterizar o conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social. No entanto, não é o somatório dessas alterações que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas.” (MEC, 2006)
Seguindo a definição dada pela Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989:
 Deficiência múltipla - a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (intelectual / visual / auditiva / física), com comprometimentos que acarretam conseqüências no seu desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa.
A deficiência múltipla é uma condição que resulta de uma etiologia congênita ou adquirida.
Parafraseando IKONOMIDIS, 2010: “Com relação à abordagem educacional deve ter estratégias planejadas de forma sistemática, num modelo de colaboração na qual a comunicação seja a prioridade central. 
É necessário organizar o mundo da pessoa por meio do estabelecimento de rotinas claras e uma comunicação adequada. É preciso desenvolver atividades de maneira multisensorial para garantir aproveitamento de todos os sentidos e que sejam atividades que proporcionem uma aprendizagem significativa com oportunidades de generalizar para outros ambientes e pessoas (atividade funcional).” 
Segundo Nunes (1999) no trabalho com a pessoa com deficiência múltipla é fundamental a colaboração da família bem como dos profissionais de outros serviços no qual todas as pessoas partilhem dos mesmos objetivos.
Surdocegueira é uma deficiência que apresenta perda auditiva e visual concomitantemente em diferentes graus, levando a pessoa com surdocegueira a desenvolver várias formas de comunicação para entender e interagir com as pessoas e o meio ambiente, de forma a ter acesso às informações, vida social com qualidade, orientação, mobilidade, educação e trabalho. (Grupo Brasil, 2003)
Podendo esta ser:
 Surdocegueira Congênita: a criança que nasce ou adquire a surdocegueira antes da aquisição de uma língua (LIBRAS ou Português).
Surdocegueira Adquirida: crianças, Jovens e Adultos que adquirem a surdocegueira após a aquisição de uma língua (LIBRAS ou Português).
 No que se refere à educação e à vida social destas pessoas, a comunicação torna-se imprescindível. Vale citar que “os recursos de comunicação usados pelas crianças surdocegas são vários (sistemas alfabéticos: dactilológico, letras maiúsculas, tablitas, braile, máquina de escrever em tinta ou em braile e sistemas não-alfabéticos: LIBRAS, LIBRAS adaptada, leitura labial, Tadoma, movimentos corporais, sinais no corpo, símbolos, sistemas suplementares de comunicação como levantar a cabeça, Bliss, PCS e COMPIC, desenho e outros), mas em todos o tato constitui a via mais promissora no estabelecimento das interações com o ambiente.” (MEC, 2006)

TADOMA

LIBRAS TÁTIL

REFERENCIAS

BRASIL, LEI Nº 7.853, de 24 de outubro de 1989.

MEC. Educação infantil, saberes e práticas da inclusão: dificuldades de comunicação e sinalização : surdocegueira/deficiência múltiplasensorial. 4. ed. elaboração profª ms. Fátima Ali Abdalah Abdel Cader Nascimento - Universidade Federal de São Carlos – UFSC/SP, prof. Shirley Rodrigues Maia – Associação Educacional para a Múltipla Deficiência - AHIMSA. – Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006.

GRUPO BRASIL de Apoio ao Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial. Disponível em: <http://www.grupobrasil.org.br/>. Acesso em: 15 de abr de 2014.