segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

“Audiodescrição: ver, ouvindo”


"O recurso consiste na descrição clara e objetiva de todas as informações que compreendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos, como, por exemplo, expressões faciais e corporais que comuniquem algo, informações sobre o ambiente, figurinos, efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura de créditos, títulos e qualquer informação escrita na tela. A audiodescrição permite que o usuário receba a informação contida na imagem ao mesmo tempo em que esta aparece, possibilitando que a pessoa desfrute integralmente da obra, seguindo a trama e captando a subjetividade da narrativa, da mesma forma que alguém que enxerga. As descrições acontecem nos espaços entre os diálogos e nas pausas entre as informações sonoras do filme ou espetáculo, nunca se sobrepondo ao conteúdo sonoro relevante, de forma que a informação audiodescrita se harmoniza com os sons do filme."
(Graciela Pozzobon e Lara Pozzobon – www.audiodescricao.com.br)


“A audiodescrição é um recurso de acessibilidade que permite que as pessoas com deficiência visual possam assistir e entender melhor filmes, peças de teatro, programas de TV, exposições, mostras, musicais, óperas e outros, ouvindo o que pode ser visto. É a arte de transformar aquilo que é visto no que é ouvido, o que abre muitas janelas do mundo para as pessoas com deficiência visual.”
(Lívia Maria Villela de Mello Motta - Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem)

É realmente importante conhecer os recursos que possibilitam facilitar a vida das pessoas com deficiência. E a audiodescrição é um recurso muito útil na vida de quem possui deficiência visual.
Seria muito bom se esse recurso fosse ampliado a todos os filmes, peças etc., pois assim aconteceria de fato a inclusão.

Com relação à inclusão escolar, Motta (2010) cita que é necessário primeiro conscientizar professores, alunos e pais sobre o que é e qual a importância da audiodescrição “[...] para o acesso às informações e ao mundo imagético, para a ampliação do entendimento, para a autonomia e independência das pessoas cegas e com baixa visão.” Ela também traz para professores aplicarem no ambiente escolar para que os demais alunos entendam o mundo de quem é cego, a seguinte sugestão:



Também trago algumas sugestões de filmes com audiodescrição que podem ser utilizados em sala de aula e ajudar na inclusão:

A Fábula da Corrupção - audiodescrição
Uma excelente oportunidade para tratar de valores e até mesmo falar sobre o momento político que estamos vivendo no Brasil.

Turma da Mônica - BOAS MANEIRAS com áudiodescrição

Uma alternativa bem engraçada para tratar de questões da vida diária e da importância de se ter boas maneiras.

Natal da Turma da Mônica- audiodescrição

É uma boa opção para conversar com os alunos sobre o Natal.

OS TRÊS PORQUINHOS- audiodescrição
É claro que as histórias infantis são encantadoras para todas as crianças. A história dos três porquinhos com audiodescrição pode ser muito ilustrativa para todos os alunos, não só para as crianças com deficiência visual.

Todos estes vídeos são excelentes oportunidades para tratar de diversos temas dentro de sala de aula. Além disso, “as crianças com deficiência visual querem e precisam da ludicidade ocasionada pelos desenhos animados e outros eventos visuais semelhantes. Oferecer acessibilidade aos programas televisivos dessa natureza, tanto responde legalmente ao direito ao lazer das crianças, como lhes permite aprender.”



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Existem atividades que são utilizadas no trabalho do Atendimento Educacional Especializado - AEE em Salas de Recurso que auxiliam no desenvolvimento de alunos com Deficiência Intelectual. Dessa forma, quero contribuir com sugestões simples que podem trazer bons resultados.




TOCA DO RATO


·        RECURSOS
Pode ser utilizada bolinha de gude, uma tampa grande de caixa de papelão e potinhos de iogurte pintados a critério do professor e cortados em forma de toca. Estes devem ser colados na tampa da caixa, com seus respectivos números.

·        DESENVOLVIMENTO
Como regra do jogo, pode ser estipulado um tempo para que o aluno consiga colocar a bola na toca e com isso ganhará os pontos indicados em cada uma.

·        SUGESTÕES DE INTERVENÇÃO DO PROFESSOR
O professor pode fazer perguntas iniciais sobre os numerais; explicar sobre números pares e ímpares e à medida que o aluno for respondendo positivamente aos estímulos, pode ser aumentado o grau de dificuldade, como por exemplo, pedir que faça cálculos matemáticos.
Com isso, poderão ser desenvolvidos aspectos como:
- Atenção
- Concentração
- Noção de quantidade
- Diferenciação entre números pares e ímpares
- Raciocínio lógico
- Coordenação motora

domingo, 8 de setembro de 2013

TECNOLOGIA ASSISTIVA – facilitando a aprendizagem

Os recursos de tecnologia assistiva (TA) são utilizados na escola para possibilitar que o aluno desempenhe suas atividades.
Segundo Bersch (2006): “O serviço de tecnologia assistiva na escola tem por objetivo prover e orientar a utilização de recursos e/ou práticas que ampliem habilidades dos alunos com deficiência, favorecendo a participação nos desafios educacionais”.
O professor deve ter sensibilidade e criatividade para encontrar, junto com o aluno, os recursos de TA que melhor se adequam à necessidade específica de cada discente de modo a aumentar suas capacidades, sejam elas de comunicação, escrita, leitura, mobilidade etc.
Já existem várias possibilidades de recursos, inclusive de baixo custo, que podem ser adaptados para que o aluno participe ativamente no contexto escolar, como exemplo tem-se o engrossador de lápis.

O engrossador de lápis é um instrumento que pode ser utilizado como alternativa para os alunos que possuem dificuldade motora para segurar o lápis de forma convencional. Com o uso deste material é possível ter maior facilidade na preensão do lápis, permitindo maior controle na escrita, no desenho, na pintura etc.


  • Engrossadores de lápis


Engrossador para lápis feito com EVA 

Engrossador para lápis feito com espuma
Engrossador para lápis feito com bombinha de leite
Engrossadores de lápis, pincéis, rolo para pintura e tubo de cola feito com espuma

domingo, 4 de agosto de 2013

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO - AEE fechamento

A inclusão é considerada um novo paradigma pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), percebendo, dessa forma, a necessidade de repensar sobre a cultura educacional e a organização das escolas. Isto, com a intenção de tornar efetivo o direito de uma educação para todos. 
Nesse sentido, a educação especial tem como serviço o Atendimento Educacional Especializado – AEE, que acontece no contraturno da escola comum. As atividades do AEE são diferentes e, portanto, não substituem a escolarização. Serve para complementar e/ou suplementar a formação básica de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, de preferência em salas de recursos multifuncionais implantadas em escolas comuns.
Levando em consideração a proposta de inclusão, a escola comum e a Educação Especial devem estar articuladas. Assim, como cita o (MEC/SEESP, 2009), o professor do AEE tem algumas atribuições, como por exemplo: reconhecer necessidades específicas e habilidades dos alunos, para elaborar o plano do AEE; produzir e organizar serviços, materiais, recursos pedagógicos e de acessibilidade, assim como auxiliar no uso de recursos de Tecnologia Assistiva; estabelecer como se dará o atendimento da sala de recursos; acompanhar o aluno na sala de aula comum em pareceria com o professor para avaliar se as metodologias e recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados estão contribuindo para o desenvolvimento do aluno, além de orientar famílias, colegas de turma e pessoas do ambiente escolar sobre o uso desses recursos. Assim, o professor do AEE tem grande responsabilidade no acompanhamento do educando de um modo geral, sempre em parceria com os demais professores do ensino regular e familiares. Deve considerar a necessidade de uma educação que respeite as peculiaridades de cada aluno, de modo que contribua para a sua aprendizagem, independência e favoreça o seu relacionamento interpessoal a partir da complementação e/ou suplementação da sua formação básica.
Para a realização de um bom trabalho na SRM, é de suma importância que o professor do AEE conheça o aluno em todos os seus aspectos, como se relaciona com os pais, familiares, amigos, professores e se comporta em todos os ambientes sociais que freqüenta - na sala de aula regular, na família e, se possível, em outros espaços frequentados pelo aluno. Daí, a necessidade da proposição de um estudo de caso, para que o professor levante dados e informações suficientes sobre este aluno, através de questionários, entrevistas, observações, leitura de documentos e conhecimento sobre acompanhamentos clínicos do mesmo.

De posse de todas as informações preliminares necessárias sobre o educando, o professor do AEE pode identificar e analisar o tipo de problema do aluno. A partir disso, é capaz de elaborar com mais clareza o Plano de AEE, definindo objetivos que atendam de fato as necessidades do aluno na sala de aula regular e na SRM, adequando atividades que ajudem na permanência e participação dele dentro da escola, assim como no seu desenvolvimento e autonomia também fora do ambiente escolar. Dessa forma, o Plano deve ser pensado de maneira a tornar as salas de aula comum e do AEE, locais propícios para a aprendizagem, utilizando atividades planejadas e metodologias que atendam às necessidades reais de todos os alunos com necessidades especiais.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

O desenvolvimento sociocultural de surdos por meio da arte inclusão


O respeito às diferenças interculturais e o acesso à arte é garantido para todos pela Constituição Federal de 1988, especialmente no inciso III do artigo 208; pelo Estatuto da Criança e do Adolescente; pela Lei 8.069/90 e, principalmente, pela Lei 9.394 de 20/12/96, artigos 26 e 58, porém, as pessoas com necessidades especiais, em sua maioria, não tem esse direito respeitado.
Diante disso, convido você a conhecer o artigo da professora Maria Nilza Oliveira Quixaba, intitulado “O desenvolvimento sociocultural por meio da dança, da musicalidade e da teatralidade: uma experiência de arte inclusão com alunos surdos” traz questionamentos sobre o incentivo e os benefícios que a arte pode trazer para o desenvolvimento sociocultural do surdo. Além disso, traz um relato de experiência do Projeto Arte e Inclusão, desenvolvido pela Rede Pública Estadual de Ensino do Maranhão, que marcou presença em vários eventos nacionais e internacionais, sendo o ponto de partida para incentivos destinados a esta área.



REFERÊNCIA:


QUIXABA, Maria Nilza Oliveira. O desenvolvimento sociocultural por meio da dança, da musicalidade e da teatralidade: uma experiência de arte inclusão com alunos surdos. Inclusão - Revista da Educação Especial, Brasília: Secretaria de Educação Especial, v. 2, n. 3, p. 41-45, dez. 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/revistainclusao3.pdf>. Acesso em: 10/05/13.




Gostaria de compartilhar com vocês e de sugerir dois vídeos bem interessantes que tratam de tecnologias sob pontos de vista diferenciados:



·         Help Desk na Idade Média

O vídeo “Help Desk na Idade Média” trata da dificuldade do personagem Ansgar em se adaptar à mudança na forma de guardar informações, que deixa de ser através de papiros e passa a ser em livros. O novo instrumento é encarado com desconfiança e muitas dúvidas. Isso geralmente acontece também com quem não desenvolveu habilidades ligadas à tecnologia ao longo de sua vida e por isso apresenta dificuldade em relação às mudanças tecnológicas.




·         Rafinha 2.0

Em contrapartida, o vídeo “Rafinha 2.0” retrata a sociedade atual, principalmente para as crianças e os jovens do século 21, pois já crescem em um mundo cercado de tecnologia e que não conseguem viver sem ela. Mostra também o quanto o jovem hoje está tão habituado à internet e ao vídeo game – inclusive interativo, que não desgruda destes no seu tempo livre. Vive em uma sociedade em que é mais fácil ter músicas e filmes baixados sem precisar comprar CDs; não assiste ao jornal na televisão, apenas escolhe as notícias de seu interesse. E a informação é muito mais fácil de ser acessada e obtida em qualquer lugar.
Em um mundo onde a globalização intensificou-se a partir da maior facilidade de compra e venda via internet por qualquer indivíduo, com ampla variedade de escolha e com consumidores mais exigentes. Além disso, grandes hits surgem após postagens de vídeos e videoclipes, fáceis de serem acessados no mundo inteiro pelo Youtube. E também onde as pessoas escolhem ter suas vidas mais expostas com o compartilhamento de vídeos e fotos pessoais em blogs, fotoblogs e redes sociais. Onde a internet conecta pessoas a qualquer momento e em qualquer lugar. Em um mundo onde vive “a Geração C - a geração do conteúdo, da colaboração e que está conectada o tempo todo”.







Documentos Legais que definem a Educação Especial


É de grande importância ter conhecimento sobre os documentos legais que definem a Educação Especial. Entre eles:

Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

Acesse o linK: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf

Além disso, pode-se incluir:

RESOLUÇÃO Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009 



MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA
RESOLUÇÃO Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009 (*)

Institui Diretrizes Operacionais para o
Atendimento Educacional Especializado na
Educação Básica, modalidade Educação
Especial.

O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação,
no uso de suas atribuições legais, de conformidade com o disposto na alínea “c” do artigo 9º
da Lei nº 4.024/1961, com a redação dada pela Lei nº 9.131/1995, bem como no artigo 90, no
§ 1º do artigo 8º e no § 1º do artigo 9º da Lei nº 9.394/1996, considerando a Constituição
Federal de 1988; a Lei nº 10.098/2000; a Lei nº 10.436/2002; a Lei nº 11.494/2007; o Decreto
nº 3.956/2001; o Decreto nº 5.296/2004; o Decreto nº 5.626/2005; o Decreto nº 6.253/2007; o
Decreto nº 6.571/2008; e o Decreto Legislativo nº 186/2008, e com fundamento no Parecer
CNE/CEB nº 13/2009, homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da
Educação, publicado no DOU de 24 de setembro de 2009, resolve:

Art. 1º Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, os sistemas de ensino devem
matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento
Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em
centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições
comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.
Art. 2º O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno
por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que
eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua
aprendizagem.
Parágrafo único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade
na educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com
deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e
pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e
informação, dos transportes e dos demais serviços.
Art. 3º A Educação Especial se realiza em todos os níveis, etapas e modalidades de
ensino, tendo o AEE como parte integrante do processo educacional.
Art. 4º Para fins destas Diretrizes, considera-se público-alvo do AEE:
I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza
física, intelectual, mental ou sensorial.
II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um
quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações
sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com
autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da
infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação.
III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial
elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou
combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade.
Art. 5º O AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da
própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não
sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, também, em centro de
Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias,
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação
ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios.
Art. 6º Em casos de Atendimento Educacional Especializado em ambiente hospitalar
ou domiciliar, será ofertada aos alunos, pelo respectivo sistema de ensino, a Educação
Especial de forma complementar ou suplementar.
Art. 7º Os alunos com altas habilidades/superdotação terão suas atividades de enriquecimento
curricular desenvolvidas no âmbito de escolas públicas de ensino regular em interface
com os núcleos de atividades para altas habilidades/superdotação e com as instituições de
ensino superior e institutos voltados ao desenvolvimento e promoção da pesquisa, das artes e
dos esportes.
Art. 8º Serão contabilizados duplamente, no âmbito do FUNDEB, de acordo com o
Decreto nº 6.571/2008, os alunos matriculados em classe comum de ensino regular público
que tiverem matrícula concomitante no AEE.
Parágrafo único. O financiamento da matrícula no AEE é condicionado à matrícula no
ensino regular da rede pública, conforme registro no Censo Escolar/MEC/INEP do ano
anterior, sendo contemplada:
a) matrícula em classe comum e em sala de recursos multifuncionais da mesma
escola pública;
b) matrícula em classe comum e em sala de recursos multifuncionais de outra escola
pública;
c) matrícula em classe comum e em centro de Atendimento Educacional
Especializado de instituição de Educação Especial pública;
d) matrícula em classe comum e em centro de Atendimento Educacional
Especializado de instituições de Educação Especial comunitárias, confessionais ou
filantrópicas sem fins lucrativos.
Art. 9º A elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos
professores que atuam na sala de recursos multifuncionais ou centros de AEE, em articulação
com os demais professores do ensino regular, com a participação das famílias e em interface
com os demais serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros necessários ao
atendimento.
Art. 10. O projeto pedagógico da escola de ensino regular deve institucionalizar a
oferta do AEE prevendo na sua organização:
I – sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais didáticos,
recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos;
II – matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria escola ou
de outra escola;
III – cronograma de atendimento aos alunos;
IV – plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas dos
alunos, definição dos recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas;
V – professores para o exercício da docência do AEE;
VI – outros profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua Brasileira de
Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio, principalmente às atividades de
alimentação, higiene e locomoção;
VII – redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da formação, do
desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos, entre outros que
maximizem o AEE.
Parágrafo único. Os profissionais referidos no inciso VI atuam com os alunos públicoalvo
da Educação Especial em todas as atividades escolares nas quais se fizerem necessários.
Art. 11. A proposta de AEE, prevista no projeto pedagógico do centro de Atendimento
Educacional Especializado público ou privado sem fins lucrativos, conveniado para essa
finalidade, deve ser aprovada pela respectiva Secretaria de Educação ou órgão equivalente,
contemplando a organização disposta no artigo 10 desta Resolução.
Parágrafo único. Os centros de Atendimento Educacional Especializado devem
cumprir as exigências legais estabelecidas pelo Conselho de Educação do respectivo sistema
de ensino, quanto ao seu credenciamento, autorização de funcionamento e organização, em
consonância com as orientações preconizadas nestas Diretrizes Operacionais.
Art. 12. Para atuação no AEE, o professor deve ter formação inicial que o habilite para
o exercício da docência e formação específica para a Educação Especial.
Art. 13. São atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado:
I – identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de
acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo
da Educação Especial;
II – elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade;
III – organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos
multifuncionais;
IV – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da
escola;
V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na
disponibilização de recursos de acessibilidade;
VI – orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno;
VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais
dos alunos, promovendo autonomia e participação;
VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à
disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias
que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares.
Art. 14. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

CESAR CALLEGARI




DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011


Presidência da República
Casa CivilSubchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011.



Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências.


A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 208, inciso III, da Constituição, arts. 58 a 60 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, art. 9o, § 2o, da Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007, art. 24 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, aprovados por meio do Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008, com status de emenda constitucional, e promulgados pelo Decreto no 6.949, de 25 de agosto de 2009,

DECRETA:

Art. 1o O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial será efetivado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades;
II - aprendizado ao longo de toda a vida;
III - não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência;
IV - garantia de ensino fundamental gratuito e compulsório, asseguradas adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais;
V - oferta de apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação;
VI - adoção de medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena;
VII - oferta de educação especial preferencialmente na rede regular de ensino; e
VIII - apoio técnico e financeiro pelo Poder Público às instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial.
§ 1o Para fins deste Decreto, considera-se público-alvo da educação especial as pessoas com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação.
§ 2o No caso dos estudantes surdos e com deficiência auditiva serão observadas as diretrizes e princípios dispostos no Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005.
Art. 2o A educação especial deve garantir os serviços de apoio especializado voltado a eliminar as barreiras que possam obstruir o processo de escolarização de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
§ 1º Para fins deste Decreto, os serviços de que trata o caput serão denominados atendimento educacional especializado, compreendido como o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente, prestado das seguintes formas:
I - complementar à formação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, como apoio permanente e limitado no tempo e na frequência dos estudantes às salas de recursos multifuncionais; ou
II - suplementar à formação de estudantes com altas habilidades ou superdotação.
§ 2o O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família para garantir pleno acesso e participação dos estudantes, atender às necessidades específicas das pessoas público-alvo da educação especial, e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas.
Art. 3o São objetivos do atendimento educacional especializado:
I - prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir serviços de apoio especializados de acordo com as necessidades individuais dos estudantes;
II - garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular;
III - fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e
IV - assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis, etapas e modalidades de ensino.
Art. 4o O Poder Público estimulará o acesso ao atendimento educacional especializado de forma complementar ou suplementar ao ensino regular, assegurando a dupla matrícula nos termos do art. 9º-A do Decreto no 6.253, de 13 de novembro de 2007.
Art. 5o A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino dos Estados, Municípios e Distrito Federal, e a instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, com a finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional especializado aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular.
§ 1o As instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos de que trata o caput devem ter atuação na educação especial e serem conveniadas com o Poder Executivo do ente federativo competente.
§ 2o O apoio técnico e financeiro de que trata o caput contemplará as seguintes ações:
I - aprimoramento do atendimento educacional especializado já ofertado;
II - implantação de salas de recursos multifuncionais;
III - formação continuada de professores, inclusive para o desenvolvimento da educação bilíngue para estudantes surdos ou com deficiência auditiva e do ensino do Braile para estudantes cegos ou com baixa visão;
IV - formação de gestores, educadores e demais profissionais da escola para a educação na perspectiva da educação inclusiva, particularmente na aprendizagem, na participação e na criação de vínculos interpessoais;
V - adequação arquitetônica de prédios escolares para acessibilidade;
VI - elaboração, produção e distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade; e
VII - estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições federais de educação superior.
§ 3o As salas de recursos multifuncionais são ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento educacional especializado.
§ 4o A produção e a distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade e aprendizagem incluem materiais didáticos e paradidáticos em Braille, áudio e Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, laptops com sintetizador de voz, softwares para comunicação alternativa e outras ajudas técnicas que possibilitam o acesso ao currículo.
§ 5o Os núcleos de acessibilidade nas instituições federais de educação superior visam eliminar barreiras físicas, de comunicação e de informação que restringem a participação e o desenvolvimento acadêmico e social de estudantes com deficiência.
Art. 6o O Ministério da Educação disciplinará os requisitos, as condições de participação e os procedimentos para apresentação de demandas para apoio técnico e financeiro direcionado ao atendimento educacional especializado.
Art. 7o O Ministério da Educação realizará o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola por parte dos beneficiários do benefício de prestação continuada, em colaboração com o Ministério da Saúde, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Art. 8o O Decreto no 6.253, de 2007, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 9º-A. Para efeito da distribuição dos recursos do FUNDEB, será admitida a dupla matrícula dos estudantes da educação regular da rede pública que recebem atendimento educacional especializado.
§ 1o A dupla matrícula implica o cômputo do estudante tanto na educação regular da rede pública, quanto no atendimento educacional especializado.
§ 2o O atendimento educacional especializado aos estudantes da rede pública de ensino regular poderá ser oferecido pelos sistemas públicos de ensino ou por instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, com atuação exclusiva na educação especial, conveniadas com o Poder Executivo competente, sem prejuízo do disposto no art. 14.” (NR)
“Art. 14. Admitir-se-á, para efeito da distribuição dos recursos do FUNDEB, o cômputo das matrículas efetivadas na educação especial oferecida por instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, com atuação exclusiva na educação especial, conveniadas com o Poder Executivo competente.
§ 1o Serão consideradas, para a educação especial, as matrículas na rede regular de ensino, em classes comuns ou em classes especiais de escolas regulares, e em escolas especiais ou especializadas.
§ 2o O credenciamento perante o órgão competente do sistema de ensino, na forma do art. 10, inciso IV e parágrafo único, e art. 11, inciso IV, da Lei no 9.394, de 1996, depende de aprovação de projeto pedagógico.” (NR)
Art. 9o As despesas decorrentes da execução das disposições constantes deste Decreto correrão por conta das dotações próprias consignadas ao Ministério da Educação.
Art. 10. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de novembro de 2011; 190o da Independência e 123o da República.

DILMA ROUSSEFFFernando Haddad