A
inclusão é considerada um novo paradigma pela Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), percebendo, dessa forma,
a necessidade de repensar sobre a cultura educacional e a organização das
escolas. Isto, com a intenção de tornar efetivo o direito de uma educação para
todos.
Nesse
sentido, a educação especial tem como serviço o Atendimento Educacional Especializado
– AEE, que acontece no contraturno da escola comum. As atividades do AEE são
diferentes e, portanto, não substituem a escolarização. Serve para complementar
e/ou suplementar a formação básica de alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, de preferência em
salas de recursos multifuncionais implantadas em escolas comuns.
Levando em consideração a proposta de
inclusão, a escola comum e a Educação Especial devem estar articuladas. Assim, como
cita o (MEC/SEESP, 2009), o professor do AEE tem algumas atribuições, como por
exemplo: reconhecer necessidades específicas e habilidades dos alunos, para
elaborar o plano do AEE; produzir e organizar serviços, materiais, recursos
pedagógicos e de acessibilidade, assim como auxiliar no uso de recursos de
Tecnologia Assistiva; estabelecer como se dará o atendimento da sala de
recursos; acompanhar o aluno na sala de aula comum em pareceria com o professor
para avaliar se as metodologias e recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados
estão contribuindo para o desenvolvimento do aluno, além de orientar famílias,
colegas de turma e pessoas do ambiente escolar sobre o uso desses recursos. Assim,
o professor do AEE tem grande responsabilidade no acompanhamento do educando de
um modo geral, sempre em parceria com os demais professores do ensino regular e
familiares. Deve considerar a
necessidade de uma educação que respeite as peculiaridades de cada aluno, de modo
que contribua para a sua aprendizagem, independência e favoreça o seu
relacionamento interpessoal a partir da complementação e/ou suplementação da
sua formação básica.
Para a realização de um bom trabalho na
SRM, é de suma importância que o professor do AEE conheça o aluno em todos os
seus aspectos, como se relaciona com os pais, familiares, amigos, professores e
se comporta em todos os ambientes sociais que freqüenta - na sala de aula
regular, na família e, se possível, em outros espaços frequentados pelo aluno.
Daí, a necessidade da proposição de um estudo de caso, para que o professor
levante dados e informações suficientes sobre este aluno, através de
questionários, entrevistas, observações, leitura de documentos e conhecimento
sobre acompanhamentos clínicos do mesmo.
De posse de todas as informações
preliminares necessárias sobre o educando, o professor do AEE pode identificar
e analisar o tipo de problema do aluno. A partir disso, é capaz de elaborar com
mais clareza o Plano de AEE, definindo objetivos que atendam de fato as
necessidades do aluno na sala de aula regular e na SRM, adequando atividades
que ajudem na permanência e participação dele dentro da escola, assim como no
seu desenvolvimento e autonomia também fora do ambiente escolar. Dessa forma, o
Plano deve ser pensado de maneira a tornar as salas de aula comum e do AEE, locais propícios para
a aprendizagem, utilizando atividades planejadas e metodologias que atendam às
necessidades reais de todos os alunos com necessidades especiais.